20 de junho de 2007

Enternecimento

Ando com tão pouca paciência para as coisas que não me interessam. Antigamente eu andava por aí a procurar amigos, a conhecer novos, a distribuir sorrisos e a inserir um monte de nova gente a minha vida gratuitamente. Hoje eu cansei. Basta o que eu tenho, já amo tanto o que tenho, e o tempo, ah, tão pequeno. Amo quem já está guardadas (aqui ó). De algumas fica a saudade. Algo severo: Game over pra fase: "me fale um pouco sobre vc". Não quero mais. Quero conhecer mais e mais e mais quem está aqui por perto e quem já torna minha vida melhor. Nadica de um monte de sorrisos inoportunos. Quem me amou até hoje já tá bom, não quero sair por aí dizendo que posso ser uma pessoa legal, até porque nem sempre posso. Quem já me conhece já sabe dos meus mals humores, dos bons também, conhece as impaciências, os dias de docuras e percebe que nada me atrai a futilidade dos últimos tempos.

"Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripe estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar."
Claro,
Clarice Lispector

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