30 de março de 2009

Mês longo, de solidão. Ao som de um jazz melancólico e dias de semana-todos-iguais. Os dias tem passado, as dores também. Ficam na minha vida pessoas que fizeram valer as boas batidas ritmadas do meu coração-cruel-e-maldoso-de-boa-vilã-de-novela.

Nem sempre eu tive certeza, mas a dúvida (ainda) por vezes chega a corroer com a sua minuciosa crueldade. É o que dizem os sábios-sensores-comuns "pior do que a certeza doída é a dúvida mal resolvida". Mas para o meu bom auto-alívio, sinto dias de calor, aconchego, enxergo cores, consigo estender as mãos e carregar no peito um coração mais leve e bonito.

Ao Caio, se pudesse, escreveria-lhe cartas dizendo que suas palavras me aconchegaram em dias de extrema tristeza e solidão. Ele 'imprimiu' meus sentimentos com suavidade, e assim, a solidão parecia doer menos. E por isso, tantos trechos, e quantos mais forem necessários eu peço emprestado à esse escritor-tradutor-de-carne-e-osso.

E aos poucos amigos (poucos e bons)- reais e leais, sussurraria um obrigado doce (com olhinhos umedecidos) por cuidarem de uma trogloditazinha (como eu) levando em conta apenas o meu limite-suportável[...]

"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros."

Que venha logo Abril, Maio, Junho...
Que o tempo passe
E que logo, essa fase,
não passe de um passado
(bem-resolvido)
e sem dor.

29 de março de 2009

Obrigada a você por compartilhar comigo seus medos e sentimentos secretos-doloridos numa noite de domingo chuvoso de março...

"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias,
e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital".Pois esse impulso, às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como "estou contente outra vez"."

[...] dias de sol, dias-não-tão-cinzas-por-dentro!

Domingo [...]

" ... A cabeça encostada no travesseiro, espiava o dia crescendo...
- Hoje é domingo - disse.
-Dia de dormir até tarde. - E dormiu."

(trechos de Inventário do Ir-remediável » Da Solidão » O Coração de Alzira)

28 de março de 2009

27 de março de 2009

Sinto que roubaram meu mundo de dentro de mim.

24 de março de 2009

NÃO PISE NA GRAMA

Placa inútil e amarela:
"Não pise na grama."

Amarela
pela ausência de girassóis.

Inútil
porque não tenho os pés no chão.

(Fabio Rocha)

23 de março de 2009

Sim à dias melhores, mais alegres, sem dor, com colo, amor, lente de cores, sorriso, coração leve, diversão, estudo, metas, gentileza, olho nos olhos, toque, seguir em frente, doçura, partilha, sinceridade, lado-a-lado, verdade, capacidade de amar, acolhimento, parceria. Não aos dias de mágoas, tristezas, hipocrisias, esnobismos, falsidades, incapacidade de compreensão, desamor, falsos julgamentos, mentiras, covardias, invejas, maledicência.

Quero ter por perto gente que sente, gente que é feito-de-carne-e-osso. Quero estar mais pertinho de Deus.

=)

Família (nuclear), poucos amigos, fé em Deus e fluoxetina.

E tudo bem!

18 de março de 2009

17 de março de 2009

"Carta"

[...]


Eu sei que muitas vezes você pensa que eu não te "ouço" (no sentido real de trazer aquilo que você diz "pra dentro"...). De fato sou racional "por demais" (hehehe), mas tento a minha maneira ruminar o que vc diz (levando em consideração que você é uma pessoa cheia de significados pra mim...).

Tenho sentido que, apesar das nossas discussões e desentendimentos, as nossas conversas tem se aprofundado mais. Tenho sentido que a compreensão quanto "ao que eu sou e quanto ao que você é" tem se ampliado (com base no princípio da reciprocidade).


E sobre o perdão especificamente (quanto aos fatos acontecido em nossas vidas), essas palavrinhas resumem muito bem a minha expectativa:

[…] fiquei imaginando se era assim que brotava o perdão, não com as fanfarras da epifania, mas com a dor juntando as suas coisas, fazendo as suas trouxas e indo embora, sorrateira, no meio da noite.

- Khaled Housseini in “O Caçador de Pipas”


A minha real expectativa é que o perdão aconteça assim, sem muitos esforços. Um dia simplismente a mágoa vai embora, o coração fica mais leve e pronto. Passou. O que outrora parecia tão cheio de significados, já não é. Eu sei que a mágoa passa, que o perdão automaticamente é acionado. Não qdo a gente espera, pelo contrário [...] quando a gente não espera nada, de repente pára de doer.


Meu coração é meio pedra gelada pra isso, hehhe. Essa descrição é óteeema [...] Mas eu até sei (e por isso me tranquilizo) que ele é quentinho e mole (feito gelatina) para outras coisas. Mas eu prometo que um dia eu melhoro. Os dilemas passam, as dores passam, e no final das contas o que fica "na gente" é o mais "essencial e verdadeiro"; acho que já li em um versinho (de Clarice Lispector) "Depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica em mim é sempre o essencial e verdadeiro".


Deu pra entender, Chuchu??
Obrigada por tornar minha vida suportável.
Eu sei que logo adiante os dias serão melhores.
Eu juro que espero por isso (com o coração na mão batendo bem rapidinho impulsionado por minha incômoda ansiedade)

Escrevi pq deu vontade de escrever pra vc. Acho até que é pelo motivo de ter retomado alguns trechos de "O Caçador de Pipas" e pensar que você pra mim , assemelha-se muito mais a Hassan, e eu a Amir. Acho que não preciso explicar os motivos.

Mas, para mim, aquela era a única chance de me tornar alguém que era olhado, e não apenas visto; que era escutado, e não apenas ouvido.

- Khaled Hosseini
^


E mais uma vez, obrigada por tudo. Estou tentando colocar em prática a regra de demonstrar os sentimentos à quem a gente ama enquanto estão por perto (ainda que essa tal pessoa corra o risco de me decepcionar um dia...)

Tenha paciência comigo quando eu digo que minhas decepções estão latentes e doloridas. Um dia toda essa "ruindade sentimental" passa e meu coração estará "novinho em folha".


[...]

Pra você que escuta o meu coração tocando em "notas menores e melancólicas" e aceita com toda a doçura do mundo. Obrigada por ombros e lenços [...]

Resposta




Amar é mudar a alma de casa.





Mário Quintana
(In Sapato Florido)

16 de março de 2009

Palpite

Algumas histórias de amor acabam. Algumas histórias que eram de amor acabam tomando rumos diferentes [...] E eu pergunto se histórias de amor podem tornar-se história de mágoas, história de decepção, história de desconfiança, história de deslealdade, história de arrependimento, história de tristeza, história de solidão [...]

Diante de transformações corriqueiras, define-se que histórias de amor que decompõe e ramificam para outras histórias como essas, não podem ter sido verdadeiramente história de amor.

12 de março de 2009

"Faz um milagre em mim"...


Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.

- Caio F. Abreu in “Os Dragões não Conhecem o paraíso”.


Alívio póstumo.
=]
E um leve sorriso de canto (no rosto).

11 de março de 2009

Acordo
Arnaldo Antunes

Concordo
Discordo
Acordo

4 de março de 2009

PAZ

Vou sem pressa
para a casa
que há em mim.

(Fabio Rocha)

2 de março de 2009




"Primeiro você cai num poço. Mas não é ruim cair num poço assim de repente? No começo é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço.A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poçodo poço. Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? A gente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço. E não dói? Morrer não dói. Morrer é entrar noutra. E depois: no fundo do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê..."

Já nem cito Caio. É obvio.

=0
Março...
Humpf
(E um suspiro cicatrizante...)