13 de abril de 2009

Naquele fim de tarde de tempo nublado e vento gelado alguns pensamentos pairaram seu coração e pensamento. Ao olhar as fotos sobre a mesa, ela finalmente havia entendido que muita coisa havia gelado. Havia entendido que muita coisa havia mudado. E tinha entendido então, que muitas vezes, mudar é sinônimo de gelar o coração na mais pura incoerência temporal. E o sensível coração da menina brigou com os olhos e começou a entrar em um processo experimental de putrefação. E ela pressentiu que tudo aquilo era essencial pra que não sobrassem resquícios de lamentações de um passado revirado. Tudo doía e parecia interminável. Os dias passavam lentamente sem distinção de cores ou estações. Não havia frio na barriga, e os relatos eram sempre no tempo passado regado à umidade no canto dos olhos. Havia, no lugar do frio na barriga, uma dor ponte-aguda que ela não sabia dizer bem a onde, porque ás vezes a dor parecia se generalizar no corpo todo. Era do tipo dor física que se alastrava pra alma, coração, mente, e qualquer que fosse a denominação pra aquilo tudo.

Mas ela havia entendido. Que pra se refazer é necessário se desfazer. E a putrefação, era mais que necessária para a recomposição.

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